quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A Guria do Trem

Para iniciar os trabalhos aqui no blog, vou duplicar um post que eu fiz no Wikiwaste há um tempinho atrás. Não sou muito a favor de posts duplicados, mas esse, em especial, ficou tri legal. E além do mais, fui EU que escrevi mesmo. Então, sem problemas! Ai vai:

Dia 1° de Agosto.
Voltávamos da ULBRA de trem. Eu e o Diego conversávamos, em pé, algo sobre a Microsoft. O Joci, sentado, divertia-se com algum joguinho do seu celular.

17:36 no meu relógio, 17:37 no do Diego. O trem parou na estação Canoas/Lassale, as portas abriram e eis que ela entrou: A mulher mais linda do mundo.Vinte e poucos anos, pele pálida, como as belas noites de lua cheia. Um piercing no lado direito do seu nariz de proporções exatas. Mp3 branco nos ouvidos. Vestia uma baby-look preta, jeans azul, botas pretas que a deixavam da mesma altura, ou até mais alta um pouco do que eu(1,88m) e pra completar o visual: um sobretudo branco, que embora a cobrisse bem, deixava amostra todas as curvas do seu corpo escultural. Seus cabelos eram escuros, lisos e brilhantes, como se tivesse arrecém saído de uma propaganda de shampoo. Seus olhos negros e profundos, combinavam com sua bela face de feições maravilhosas.
Uma diva. Toda sobre medida, perfeita!

Foi como se o tempo tivesse parado.
Não prestava mais atenção ao que o Diego falava, suas palavras passavam despercebidas pelos meus aparelhos auditivos. Nem notava que o trem continuava se movendo pelos barulhentos trilhos, esqueci dos problemas da vida, do mundo, esqueci de tudo ao redor, até meu próprio nome, não saberia dizê-lo se alguém me perguntasse naquele momento mágico.
Eu queria ter tirado uma foto, mas não conseguia mais raciocinar, nada mais fazia sentido, e a única coisa que vinha a minha mente era: - BAH QUE GURIA LINDA, LINDA, LINDA, LINDA, LINDA...
Não conseguia ficar um segundo sequer sem observá-la, dar uma rápida olhadinha e apreciá-la mais um pouco.

Não consigo me imaginar vivendo ao lado da encantadora moça, um ser desses é intocável, de uma magnitude estupenda. Digna de um altar entre as deusas do Olimpo, um patamar acima das outras, claro.

Apesar de tudo, ela estava ali, do meu lado, com pouca maquiagem, sem photoshop, ela era real, de verdade mesmo! Eu senti seu aroma, escutei sua respiração. Sim, ela existe, e é humana, só que, com traços divinos.
Estava em um trem, há apenas um metro, talvez um pouco menos, de distância de mim.
Seu rosto não expressava a arrogância costumeira das belas donzelas, muito pelo contrário. Ela passava a impressão de ser tri legal, carismática como uma princesa.

Não lembro de nada que eu disse enquanto permanecia em pé, perto da estonteante criatura, só recordo que em algum momento, sussurrei para o Diego:
- Eu casava!
- Baaaahh, certamente. Eu casava, descasava, casava de novo, várias vezes. - respondeu ele.

O trem quase esvaziou uma estação antes do Mercado Público. Sentei ao lado do Joci e ela em um banco, de frente para nós.
O Joci a fitou e imediatamente, desenhou em seu rosto uma exótica expressão: um misto de alegria pelo privilégio de vê-la e decepção por entender que uma ninfa daquelas, é algo além do alcance para pessoas normais. Eu e o Joci começamos a rir. A histeria coletiva só teve fim quando ele falou balançando a cabeça: - Bah, o cara não precisa nem falar nada!
Realmente amigo, não havia o que falar. Tínhamos entendido que uma mulher como aquela, é para os que vivem no mundo dos cartões com muitos créditos, para algum jogador que atue na Europa, para algum homem do alto escalão empresarial... enfim, não era uma mulher para o mundinho em que vivemos, sem chances.

Vinte minutos desfrutando de sua presença, foi muito pouco tempo, precisávamos vê-la por mais alguns segundos. Saímos do metrô pela mesma escadaria que ela e a vimos entrando em um ônibus, de linha. Não observei qual era o bus, eu só tinha olhos para ela. Mas pela parada, creio que a levou para a zona-norte de Porto Alegre.

Talvez tenha sido a última vez que a vi. Mas finalmente, agora eu entendo por que sobreviver a tantos verões escaldantes e invernos com ventos desgarrados, foi só para admirá-la, e valeu a pena.
No Rio Grande do Sul, tem várias garotas bonitas, mas depois de vê-la, todas outras foram rebaixadas ao nível comum. A beleza das gaúchas(as mais lindas do mundo) agora é dividida em duas categorias: Ela, a guria perfeita e o resto... todas outras são o resto.

Ela agradaria gregos e troianos,israelenses e palestinos, sunitas e xiitas(mulheres dos Ta-arzans), gremistas e colorados...

Ela não é a Julieta de Shakespeare, a Helena de Esparta, a Afrodite do Monte Olimpo... NÃO! Ela está acima de todas essas. Estranhamente eu a amo, e enquanto tiver boa memória, ela será minha musa.

Nenhum verso, nenhuma poesia, nenhum palavra proferida em qualquer idioma, faz jus a todo seu esplendor. Todas as belas palavras em exaltação a figura feminina, agora perdem seu
valor e adquirem apenas um significado: A guria do trem!

6 comentários:

Alessandra Castro disse...

Será que ela era tão fútil assim? Deu-me pena da vida dessa menina do trem, tão desejada e com certeza não realizada.

Anônimo disse...

Um salve à beleza feminina, que nos fascina e inspira. Boa descrição, jornalismo literário puro. Abs

Tiffany disse...

eu sei bem como é isso, uma vez vi um no onibus..nunca mais vou esquecer a cor dos olhos dele!

Cin disse...

Puxa ela te fascinou mesmo.
Bjinhos!

Joci.Gota disse...

nao foi só com ele
eu tava junto
nossssssssa uma deusa... o bagulhooo é.... foda

Anônimo disse...

Aprendi muito