terça-feira, 25 de junho de 2013

Das coisas que eu não entendo e um caso sem explicação

Conheço alguns fãs de Radiohead, eles pensam que tudo vindo do Thom Yorke é genial. Pois bem. Eu gosto. Acho uma baita banda. Entretanto, por mais que eu me esforce, não consigo compreender os discos Kid A e Amnesiac. Segundo um amigo meu, me falta vivência para alcançar a idéia. Pode ser. Deve ser.

Outra coisa que não consigo entender: o jogador do Uruguai, Cavani, é um excelente atacante no Napoli, marca gol partida sim e outra também. Porém, vestindo a camisa de seu país, que inclusive é da mesma cor que a do clube, é um ninguém. Não rende.

Bom, na verdade existem um milhão de coisas que não compreendo.
Como é que alguém inteligente, de mente saudável, ainda cai nessa de igreja hoje em dia e vira crente? Os crentes dominarão o mundo outra vez. Anotem.
Por qual motivo as pessoas assistem novela?
Por que quem a gente não gosta tanto nos quer e insiste e quem a gente quer realmente não nos dá a mínima?
No que vão dar todas essas manifestações dos últimos tempos?

Os tempos mudam, então pode ser que numa dessas caia a ficha sobre os discos do Radiohead. O Cavani pode começar a amontoar gols pela sua Seleção, tal como o Neymar vem fazendo. Os crentes se liguem que o único e verdadeiro Deus é John Lennon. As novelas voltem a serem boas como “Mulheres de Areia”. Aquela pessoa note tua existência de uma maneira diferente. Algum super-herói destrua os vilões do governo pondo um fim na corrupção. Enfim.

Tudo isso para lhes dizer que acreditem nas mudanças, pois só há um único fato incompreensível e sem solução da humanidade, digno de ser estudado por cientistas: por que cargas d´água o pai não aprende como sair do canal do DVD e voltar para TV? Isso, definitivamente, não tem explicação.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Cálculos e cigarros

A cabeça envolta em cálculos. Números e mais números. São tantos que todos até parecem o mesmo. Ou, talvez, sejam mesmo os mesmos. Vírgulas... E eu achando que isso era coisa da gramática. Maldita gramática e suas crases que nunca entenderei. Será? Gramática. Matemática. Fodam-se todas às “áticas”. Foco no relatório. Acabou o café.

Quantos minutos se passaram? ... Droga, só tenho até as dezoito. Por que dezoito se todos chamam de seis da tarde? Por que meu cérebro imagina seis e visualiza dezoito? Droga: perdi mais alguns segundos com raciocínios que não me levarão a nada. Ou, quem sabe,  levem-me à insanidade ou à moral da história do Laranja Mecânica. Tantos fios de cabelo já perdi por culpa desta empresa e dos malditos cálculos. “Fulano não recebeu tudo que deveria”. “Siclano verificou um erro no pagamento”. AAAAAH, pro inferno todos! Maldito seja também o capitalismo, apesar de eu gostar bastante desta gravata. Fica bem.

Ó não, lá vem a secretária do chefe outra vez me dizer que mais um cálculo não está parametrizado. Já sei, já sei, “usou a porcentagem antiga no cálculo senhor, deveria ter usado o valor já com a inserção do reajuste de Novembro” é o que ela vai dizer. Sei disso, sabia que ia dar merda, mas como é que ia raciocinar tendo mil e muitas coisas pendentes a resolver todo santo dia e dia santo também? Será que se a merda do estagiário soubesse fazer algo além de tirar cópias naquela máquina que vive estragada não poderia dar uma ajudinha somando os valores e batendo com os do último mês? Não, deve ser muito mesmo para um jovem cabeludo cuja única preocupação é fumar maconha e ver vídeos na Internet.

Desordem, desordem. Pane no sistema. Meu cérebro bóia dentro da cabeça em algum líquido que deve ser água fervente. Não consigo pensar em mais nada no momento que não seja em ficar até mais tarde aqui no escritório para não ter que agüentar os mesmos resmungos daquela mulher que me casei e já não sinto nada além de indiferença há uns bons quatorze anos. Quatorze, quatorze... não! Nossa filha ainda tem oito. Ou seriam nove? Porra, como é que não lembro. É sua filha, seu bosta. Qual foi a última vez que fez ela sorrir, seu inútil?

Chega! Um cigarro, por favor. Permita-se. Mês que vem eu tento parar de novo. 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

O Planeta Atlântida e a música para pessoas com baixa capacidade de raciocínio

Eu tinha 13 anos quando escutei Beatles pela primeira vez. Love Me Do, uma canção simples, agradável aos ouvidos de qualquer pessoa e pegajosa para um guri de 13 anos cuja maior preocupação na vida era fazer a vizinha loirinha da praia gostar dele ao invés do cara mais velho que usava um boné de marca de surf. Foi escutando uma coletânea recheada de hitzinhos deles durante uma semana inteira que descobri que a música vai muito além do entretenimento. Música é arte, é cor, é poesia. É encontrar o timbre certo do instrumento e a frase que tu gostarias de ter dito ou escutado de alguém. Música é aquele efeito que só prestando muita atenção vais perceber que está ali, achar genial e sentir algo inexplicável por isso.

Eis que surge o Planeta Atlântida. Bom nas primeiras edições pelo que dizem. Porém, não em 2013. Oitenta atrações e nada que valha mais do que um minuto do seu tempo. A rádio mais ouvida pelos adolescentes deveria ser um ícone de qualidade e exibir aos seus ouvintes música de verdade ao invés destes lixos que rolam o dia inteiro por questões financeiras e que, por tocarem mais de vinte vezes por dia, acabam virando "hits do momento". A música hoje em dia é descartável. A Atlântida foi capaz de tocar até funk para promover uma das suas atrações que por fim acabou não comparecendo. Bem feito!

Uma rádio deveria mostrar arte! Pegar um CD de uma banda nova boa e tocar ele inteiro para que cada indivíduo tire suas próprias conclusões, escolha as bandas que mais gosta, adquira novas influências e tenha uma opinião musical que possa ser levada a sério.

Quanto às pessoas que só gostam de músicas "alegres para dançar" e vão ao Planeta Atlântida, elas são tão descartáveis quanto seus ídolos que ninguém vai lembrar daqui uns anos.