sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Mais sorte que juiz

O Grêmio tinha o controle total e absoluto das ações no Couto Pereira. Criava chances e trocava passes com naturalidade na casa do adversário. Apesar de sair atrás no placar, todos sabiam que o empate era questão de tempo. O Coritiba não tem elenco e nem atacantes para fazer frente a um inimigo embalado por uma goleada no último fim de semana e que é o quarto colocado no brasi
leirão. Elano igualou cobrando pênalti. Porém, nada como um tempo após o outro. Já que a situação era bastante favorável ao término da primeira etapa, Luxemburgo resolveu injetar adrenalina ao jogo mexendo equivocadamente na equipe. Subestimou.

O primeiro contato com a bola é que dá confiança para o jogador nos lances seguintes. Na primeira bola alçada na área tricolor no segundo tempo, Naldo, que arrecém havia saído do banco com a missão de mostrar aos jogadores do Coxa que a classificação era possível, escorregou, gerando uma oportunidade para os paranaenses. Poucos minutos depois, o mesmo Naldo saiu do seu lado esquerdo de defesa para dar combate sem necessidade alguma no lado oposto, deixando assim Anderson Pico sozinho com dois jogadores para marcar. Segundo gol do Coritiba. É claro que quando um jogador é ruim essas coisas acontecem. Só que quando o adjetivo “ruim” soa como elogio, obviamente a desgraça não pode parar por aí. Após cruzamento para área de Marcelo Grohe, Naldo resolve deixar Pereira sozinho para cabecear. Três a um para desespero dos gremistas.

O quadro trágico já estava pintado, só faltava pendurá-lo na parede para servir como alvo para as piadas e foguetes que já estavam prontos para serem lançados pelos rivais do próximo domingo. Surge então a palavra “superação” para se classificar contra uma equipe que está quase na zona de rebaixamento. O Grêmio seguiu até quase o fim sem conseguir assustar. Mas eis que aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo, Marcelo Moreno, caindo, derruba o adversário com um gol salvador.

Se tu tens em campo um defensor de confiança, capitão, que domina por completo o jogo aéreo e transmite calma para todos, não pensa no próximo jogo, deixa ele em campo até o fim. O Grêmio segue adiante. É bom que Luxemburgo não continue brincando com a sorte.

sábado, 18 de agosto de 2012

Dom e sorte

Acabo de ver um cara formado em jornalismo que eu conheço e que trabalha na área publicar um texto ridículo falando de coração e bla bla blá... Claro que sempre tem gente idiota o suficiente para comentar que adorou, puxar o saco dizendo que ele tava inspirado e essa baboseira melosa toda só para não deixar mal (se bem que o mau gosto anda na moda). Deviam é ficar constrangidos por ver alguém teoricamente culto gerar algo tão pobre (acreditem quando eu digo: "óóóun, que podre"). Mas eu entendo que por pior que sejamos em alguma coisa, sempre teremos os amigos para incentivar a continuar fazendo merda.

Sim, estou prestes a entrar na discussão chata de toda semana na faculdade sobre a obrigatoriedade do diploma  de jornalista que vários professores por motivos óbvios de sobrevivência defendem com unhas e dentes.

Acredito que no mínimo 70% das coisas que alguém sabe fazer são por puro dom. Outros 15% são técnicas que tu aprende e desenvolve para fazer melhor o que já nasceu predestinado a exercer. Mais 10%  felling no momento do sinistro. E o restante é o que só vai te custar tempo e dinheiro, o diploma.

Existem por aí várias pessoas que pesquisam, aprofundam e escrevem melhor do que gente formada em jornalismo, letras ou sei lá o quê, que nunca vão ser lidos nem citados porque ao invés de estarem na aula com um bando de gente sem noção alguma da realidade estão vivendo e deixando a arte fluir. Tenho certeza que ninguém que entrou idiota saiu gênio da faculdade. Os que se destacam pela boa qualidade já nasceram com o dom.

Fora os cursos da área da saúde e mais alguns outros que exigem alto grau de instrução, não enxergo uma razão para que as faculdades ainda existam e sejam tão exigidas no currículo. Qualquer Zé Ruela com dinheiro entra na faculdade e se forma hoje em dia. Se é tua vontade te aprimorar ou acha legal, beleza, vai! Porém, não deveria ser pré-requisito para conseguir um emprego, por exemplo. Como diria um amigo meu: "não interessa quanto tu ganha ou quantos diplomas tu tem. Se levar um pau do mendigo na rua, fica feio pra ti!"

Tá aí o Maurício Saraiva como baita exemplo de um cara que deve ter se dedicado bastante aos estudos e hoje é visto como piada por qualquer um que tenha o mínimo discernimento sobre futebol. Por mais jogos que já tenha ele visto, não adianta, não aprendeu como funcionam as coisas. Eu sei que um monte de gente vai dizer "ui, mas ele trabalha na RBS e é rico". É, e daí??? Qualquer um com indicação também seria! Imagina se entendesse do assunto ainda!

Caras como Kerouac, Steve Jobs, Johnny Deep, John Lennon, Syd Barrett, Pelé (só para ninguém falar que só usei exemplos de gente chegada em alucinógenos), entre outros milhares que eu poderia passar horas discorrendo sobre, são tidos como lendas porque nasceram com o dom e tiveram sorte de serem descobertos quando chegou o momento, não porque se destacaram na cadeira de "introdução aos novos métodos teóricos na busca científica do eu interior por mim mesmo" ou "estatística II". Dom, só!

Ao meu "amigo" do texto dos coraçõezinhos ridículos, só resta dizer: esqueça os livros de teoria, leia Shakespeare!

1° Obs: se publicasse como sendo um texto do Jabor e usasse o estilo dele, bombaria!
2° Obs: não sei sequer UMA regra de gramática... nem pretendo...
3° Obs: sim, mãe, vou continuar indo na aula.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Notícia triste para o meu cachorro

Sempre que jogam o jornal para o pátio, lá vai o meu cachorro buscar correndo.

As previsões apontam que até 2016 não existirão mais jornais impressos. Quem quiser ficar por dentro das notícias terá que se adaptar aos jornais online. Eu não tenho o hábito de ler jornais e quando o faço, é só para ler algo no caderno de esportes, fazer as cruzadinhas, saber sobre algum show ou consultar os filmes que estão em cartaz. Porém, acredito que os mais velhotes(entre eles meus pais) não vão se acostumar com a idéia.

Na internet é tudo mais direcionado. Tu quer ler sobre a nova contratação do teu time, vai direto no link de esportes. Quer saber uma receita, vai direto. Tudo muito direto, sem ter que passar por um monte de páginas que não te interessam. Aliás, é isso o que acontece com quem ainda compra ou assina jornais impressos, paga por um monte de folhas que vão passar batidas.

As pessoas já não lêem jornais como antigamente, as notícias não são mais veiculadas como antigamente. Não precisa esperar até o outro dia para saber o que aconteceu uns trinta minutos atrás.

A imagem de um velhinho sentado, usando chapéu, lendo jornal com alguém a engraxar os sapatos tende a ser extinta. Se os "novos" não lêem tanto e os "antigos" não vão se acostumar aos novos métodos, a tendência é que os jornais impressos desapareçam mesmo. Para tristeza do meu cachorro.

sábado, 24 de março de 2012

Boatos sobre um mero desalmado

Um desses caras que caminham por aí soturnos, enfrentando demônios e fumando cigarros. Razão? Ninguém sabe ao certo! Uns dizem que é por diversão, outros que é por vingança. Ouve-se entre murmúrios alheios que vive em um porão. Há boators de que descende de alguma entidade antiga e poderosa... Boatos, eles sempre existirão!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Sensações do incerto

É incrível a saudade que sinto de tempos que não vivi, de modos e formas que não presenciei, lugares que não estava enquanto coisas aconteciam, chapéus que envelheceram sem ter usado, montanhas que se desgastaram por ventos que não senti. Dia após dia pensando no que já passou e assim acumulando o presente ao álbum de figurinhas que não colecionei. Saudade das breves sensações...

domingo, 4 de março de 2012

Ela não vai atender, cara!

Ele ligava, ela não atendia. Ela ignorava, ele não entendia. Porque o início foi bom e logo veio um corte para o fim pulando os meios. Como um filme sem enredo, uma sala sem sofá. Convites não entregues, espetáculos sem sentido, promessas de navegação e flores não compradas. Com dor de garganta buscando um chapéu, caminhante noturno entre amigos bebendo para passar o tempo. Dormindo cedo tentando esquecer e a todo momento relembrando por não saber o por quê...