domingo, 25 de julho de 2010

A última noite

Ouvindo: Sound Of Silence

Não conversaram muito durante o jantar. Ele estava cansado de mais até para sorrir. Mesmo assim, deu alguns sorrisos amarelos para agradar a moça. As panquecas já estavam frias e não muito deliciosas. Apesar de tudo, - as melhores panquecas que já comi em toda minha vida - era o que teria dito se ela lhe perguntasse. Um gentleman, como sempre.

O mundo estava sem cor naquela noite. E não por causa da chuva e dos trovões.

Beijou-a toda bem devagar. Acariciou cuidadosamente toda sua pele de curvas simétricas. Apreciou sua bela donzela da cabeça aos pés. Ele estava cansado, ela com sono. Não fizeram amor. Mas as carícias foram tão aprazíveis quanto... Algo lhe dizia que aquela poderia ser a última noite. Ele sabia que era.

- Boa noite, meu amor. Eu te amo. - foi a última coisa que seus lábios proferiram. Ela adormeceu mais uma vez em seus braços. Ele sorriu pela última vez. Com o sorriso o alívio. Fora o melhor homem que pôde durante todo o romance. Um final feliz.

Um barulho na porta. Passos que tentavam não fazer barulhos em direção ao quarto escuro. Um homem com um sobretudo preto, sapatos pretos, máscara no rosto e uma pistola com silenciador entrou na cena. A arma engatilhada. Os olhos marejados do carrasco não lhe tiraram o bom humor.

- Está atrasado - disse deitado na cama. Sorriu. Um disparo...

Pensando em continuar...

Sobre o post abaixo: tô pensando mesmo em continuar e desenvolver uma estória a partir dele. Se o tempo e a criatividade permitirem, continuo!

Mesmo que só a Amanda Tener e o Diego leiam. hehe.

domingo, 18 de julho de 2010

Uma lágrima, um sorriso e um disparo

Ouvindo: Sound Of Silence

Por baixo do sobretudo preto, vestiu seu melhor terno. Teria que matar naquela noite fria e escura. O vento era de gelar a alma. Não seria apenas mais um assassinato no currículo, dessa vez era diferente. Profissão ingrata. Lucrativa, mas ingrata.
Estacionou seu carro preto distante da luz do poste. Colocou a máscara. Pulou a cerca que o separava da entrada do prédio. Não fez barulho. O porteiro já estava ferrado no sono. Um erro: deixou um pequeno pedaço de seu sobretudo preso na grade enquanto pulava silenciosamente. Usou a chave mestra para abrir a porta e subiu à passos leves as escadarias até o terceiro andar. Caminhava rumo a um destino que não queria que fosse seu, mas era. Não tinha escolha. Desistir? Nem pensar. Com os olhos marejados encaixou o silenciador na pistola. Engatilhou. A porta do apartamento estava aberta, já estavam a sua espera. Dirigiu-se lentamente até o quarto.

- Está atrasado - Disse-lhe a vítima deitada com uma bela mulher de cabelos ruivos e rosto lindo.
Uma lágrima escorreu de um dos olhos do matador. Nunca antes havia sentido medo ou arrependimento por matar. Sentiu muito, mas não hesitou.
A vítima sorriu. Um disparo...

domingo, 4 de julho de 2010

Culpa do Mick Jagger!

Nenhuma equipe ensaia bater tiros de canto no primeiro poste. A chance de uma bola cruzada no primeiro resultar em nada é muito grande. Ali, no primeiro poste, sempre haverá um baixinho colado à trave e um grandalhão por perto para rechaçar a pelota em caso de tentativa de gol olímpico. Na seleção brasileira não, nem baixinho nem grandalhão. Alguns comentaristas disseram que o segundo gol holandês fôra fruto de uma jogada ensaiada. Ridículos, os que ousaram proferir um absurdo desses. O gol que adiou o hexacampeonato foi, na verdade, fruto de um lapso de desatenção e surpresa pela má cobrança do escanteio. O Brasil tinha qualidade suficiente para virar, mas não contava com a falta de maturidade de Felipe Mello. Depois da expulsão, o Brasil perdeu o meio de campo, o setor que deve ser dominado quando se é preciso exercer forte pressão sobre o adversário. O fator psicológico eliminou o Brasil. A seleção representou bem nosso país na Copa do Mundo. Nem sempre o melhor vence. Futebol têm dessas coisas... Apesar de tudo, Dunga conseguiu resgatar o orgulho à muito tempo perdido. Nosso jogadores jogaram com amor à camisa.
A Holanda teve sorte. Só há um culpado nessa história inteira: Mick Jagger.
Se serve de consolo: a Argentina caiu de quatro... Adiós.