domingo, 17 de fevereiro de 2013

O Planeta Atlântida e a música para pessoas com baixa capacidade de raciocínio

Eu tinha 13 anos quando escutei Beatles pela primeira vez. Love Me Do, uma canção simples, agradável aos ouvidos de qualquer pessoa e pegajosa para um guri de 13 anos cuja maior preocupação na vida era fazer a vizinha loirinha da praia gostar dele ao invés do cara mais velho que usava um boné de marca de surf. Foi escutando uma coletânea recheada de hitzinhos deles durante uma semana inteira que descobri que a música vai muito além do entretenimento. Música é arte, é cor, é poesia. É encontrar o timbre certo do instrumento e a frase que tu gostarias de ter dito ou escutado de alguém. Música é aquele efeito que só prestando muita atenção vais perceber que está ali, achar genial e sentir algo inexplicável por isso.

Eis que surge o Planeta Atlântida. Bom nas primeiras edições pelo que dizem. Porém, não em 2013. Oitenta atrações e nada que valha mais do que um minuto do seu tempo. A rádio mais ouvida pelos adolescentes deveria ser um ícone de qualidade e exibir aos seus ouvintes música de verdade ao invés destes lixos que rolam o dia inteiro por questões financeiras e que, por tocarem mais de vinte vezes por dia, acabam virando "hits do momento". A música hoje em dia é descartável. A Atlântida foi capaz de tocar até funk para promover uma das suas atrações que por fim acabou não comparecendo. Bem feito!

Uma rádio deveria mostrar arte! Pegar um CD de uma banda nova boa e tocar ele inteiro para que cada indivíduo tire suas próprias conclusões, escolha as bandas que mais gosta, adquira novas influências e tenha uma opinião musical que possa ser levada a sério.

Quanto às pessoas que só gostam de músicas "alegres para dançar" e vão ao Planeta Atlântida, elas são tão descartáveis quanto seus ídolos que ninguém vai lembrar daqui uns anos.